Foi por intermédio do meu amigo arquiteto e
ambientalista Mário S. Soléo Scalambrino que tomei conhecimento da teoria das
cinco peles proposta por Pierre Restany Hundertwasser. Consegui através da
estante virtual o livro " O PODER DA ARTE " indicado por ele e que conta um
pouco da história da vida pessoal e profissional de uma das “cabeças mais
pensantes” do século XX sobre a arquitetura mais humanizada e ecológica que se
busca hoje. Nascido em Viena, Áustria, em 1928, ele desenvolveu sua obra
voltada, em grande parte, para as questões ambientais, expostas tanto em seus quadros quanto em
conferências, maquetes e realizações na área da arquitetura. O ser humano, na sua opinião, tem cinco
peles: a sua epiderme natural, o seu vestuário, a sua casa, o meio ambiente
onde vive e, a última, a pele planetária ou crosta terrestre onde todos vivemos
( fig. 1 ).
Fig 1 -Diagrama das Cinco Peles tal como
desenhado pelo artista e
as espirais que fazem parte
de seu repertório imagético desde 1953.
Sua
relação com a ecologia começou
a se afirmar em seus conceitos naturais sobre a nossa terceira pele – a casa
onde moramos. O homem tem o direito de nela interferir, defendia Hundertwasser,
desde que integrando-a na natureza. Seja substituindo seus telhados por gramados e jardins,
seja incluindo nas fachadas dos apartamentos as árvores hospedeiras, que
ali podem viver, fazendo a ligação casa/rua. Antes
que se falasse em sustentabilidade ambiental, seus discursos, manifestos e
pinturas já teimavam em sublinhar a importância da natureza e antecipavam
soluções precisas para o futuro do meio ambiente. Seus projetos arquitetônicos
estão espalhados não apenas pela Áustria, mas por vários países da Europa ( fig
2 ).
Fig 2. Hotel em Styria, Austria.
Hundertwasser sempre defendeu em seus manifestos e projetos uma
arquitetura mais orgânica, na qual o ser humano e natureza pudessem conviver em
harmonia ( fig 3.). Ele plantou cerca de 60 mil árvores no mundo inteiro pelo
sistema de árvores locatárias nas suas obras. Seu imenso respeito pela natureza
suscitou o desejo de protegê-la, idealizando
prédios com dezenas de janelas adornadas pois para ele não havia fronteiras
para comungar natureza e lar. De muitos saem árvores e plantas que parecem tão
à vontade quanto os inquilinos. O arquiteto cultivava a ideia da árvore
locatária, hóspede da construção como um habitante qualquer. "O ser humano
não pode ser inquilino? Por que a árvore não? É como se as “árvores locatárias”, pagassem
o seu aluguel em forma de oxigênio e de outros benefícios para a
manutenção equilibrada do microclima de uma cidade. Esse arquiteto conhecido com o médico da
arquitetura, dizia que plantar uma árvore é um ato ecológico, arrancá-la é um
ato político.
Fig 3. Casa de Handertwasser, habitação social, Viena.
Assim, para homenagear
Handertwasser no ano que ele completaria 90 anos ( 15/12/1928), pretendemos plantar 365 árvores ao longo de 2018. Não importa o local ou a cidade. Cada árvore que você plantar será postado a informação aqui no blog para totalizarmos no final do ano 365. A ideia é tomar atitudes concretas e inspirar outras pessoas a repensar
a importância das árvores e cuidar mais da nossas quartas e quintas peles, a
social e planetária, respectivamente. A maioria das árvores são procedentes dos viveiros de mudas da minha casa, do Colégio Objetivo de Itapetininga e da Prefeitura de Itapetininga. São bem-vindos os amigos que queiram
participar do Projeto Árvores Locatárias de Hundertwasser. Basta me informar o
local do plantio, o nome completo de quem plantou e a espécie escolhida. Aqui ficarão
registradas todas as árvores locatárias. Agora então chegou a hora de pegar a cavadeira
e começar o trabalho. Mãos à obra!!!
Para outras informações entrar em contato via e-mail ( valterbiologo@hotmail.com ).
Para outras informações entrar em contato via e-mail ( valterbiologo@hotmail.com ).